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  • Foto do escritorDrª Ivia Magalhães

Depressão: respostas podem estar no intestino

Atualizado: 13 de set. de 2019

Hoje, já é bem reconhecida a importância da microbiota intestinal saudável em muitas condições. Essa microbiota desempenha muitas funções no metabolismo dos nutrientes, na imunomodulação, na manutenção da integridade estrutural da mucosa intestinal, na proteção contra patógenos, entre outras.

Novos estudos estão apontando que metabólitos microbianos podem interagir com nosso cérebro, influenciando comportamentos e sentimentos. Já sabemos que o intestino é o nosso segundo cérebro. No intestino, há bactérias que têm um potencial neuroativo, algumas têm capacidade de produzir, por exemplo, o ácido 3,4-di-hidroxifenilacético, um metabólito do neurotransmissor humano dopamina, que foi associado a uma melhor qualidade de vida mental.

Em novo estudo publicado na Nature Microbiology (2019), concluiu-se que bactérias intestinais Coprococcus e Dialister eram reduzidas em indivíduos com depressão. Já Indivíduos com níveis altos de bactérias Faecalibacterium e Coprococcus apresentaram melhores indicadores de qualidade de vida. Essas últimas bactérias produzem butirato, que fortalece a barreira de defesa epitelial e reduz a inflamação intestinal, sendo relatada a diminuição delas em pacientes com doença inflamatória intestinal e depressão.

Nesse estudo, conseguiram demonstrar a importância da composição da microbiota intestinal em indicadores de qualidade de vida e depressão. No futuro, novos probióticos e drogas podem ser desenvolvidos para o tratamento da depressão com foco no intestino.

As evidências apontam que uma visão mais funcional do intestino pode ser a chave para melhorias de muitas condições, inclusive, a depressão. Manter uma microbiota intestinal saudável depende de uma série de fatores. Eu não acredito que nada isolado funcione. Na minha prática médica, vejo que é a soma e o ciclo de estratégias que levam aos resultados, por exemplo, cepas de probióticos adequadas para cada indivíduo, reposição das necessidades que o organismo tem para o equilíbrio, alimentação, sono, exercício físico, meditação, contato social, avaliação médica e multidiciplinar regular.

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